31º Dia mundial do doente


No dia de Nossa Senhora de Lourdes, 11 de fevereiro, a Igreja celebra o Dia Mundial do Doente.
Todos os anos, o Papa escreve uma Mensagem para este dia. Escreveu:
«A doença faz parte da nossa experiência humana. Mas pode tornar-se desumana, se for vivida no isolamento e no abandono, se não for acompanhada pelo desvelo e a compaixão. Ao caminhar juntos, é normal que alguém se sinta mal, tenha de parar pelo cansaço ou por qualquer percalço no percurso. É em tais momentos que se vê como estamos a caminhar: se é verdadeiramente um caminhar juntos, ou se se vai na mesma estrada mas cada um por conta própria, cuidando dos próprios interesses e deixando que os outros «se arranjem». (…) convido-vos a refletir sobre o facto de podermos aprender, precisamente através da experiência da fragilidade e da doença, a caminhar juntos segundo o estilo de Deus, que é proximidade, compaixão e ternura. (…)
Nunca estamos preparados para a doença; e muitas vezes nem sequer para admitir a idade avançada. Tememos a vulnerabilidade, e a invasiva cultura do mercado impele-nos a negá-la. Não há espaço para a fragilidade. E assim o mal, quando irrompe e nos ataca, deixa-nos por terra atordoados. Então pode acontecer que os outros nos abandonem, ou nos pareça que devemos abandoná-los a fim de não nos sentirem um peso para eles. Começa assim a solidão, e envenena-nos a sensação amarga duma injustiça, devido à qual até o Céu parece fechar-se-nos. Na realidade, sentimos dificuldade de permanecer em paz com Deus, quando se arruína a relação com os outros e com nós próprios.
Todos somos frágeis e vulneráveis; todos precisamos daquela atenção compassiva que sabe deter-se, aproximar-se, cuidar e levantar.
As pessoas doentes estão no âmago do povo de Deus, que avança juntamente com eles como profecia duma humanidade onde cada qual é precioso e ninguém deve ser descartado.»
São muitos os que exercem este ministério da cura. Em primeiro lugar, Deus, como nos recorda o Papa por meio do profeta Ezequiel (Ez 34,15-16). Depois o ser humano é chamado à ser cuidador à imagem do Bom Samaritano, que depois de aplicar os primeiros socorros ao homem caído à beira do caminho, o deixa na estalagem pedindo ao estalajadeiro “trata bem dele”.
Sabemos que a natureza humana é enfermiça. Se num primeiro momento, há a necessidade de buscar isolamento para encontrar sentido para a doença, num segundo momento, há um sacramento da presença que é imperativo que se exerça: presença técnica dos agentes da saúde física, da saúde espiritual e da saúde social que ajuda a redescobrir os laços de família e de amizade. A solidão na doença é a grande obreira do sem sentido da vida, do sentir-se inútil e em extremo, do querer alienar o maior valor, a própria vida.
O Dia Mundial do Doente é sempre uma oportunidade para redescobrirmos o papel de cada um: umas vezes como cuidadores, outras vezes, como doentes. Às vezes, uma doença pode ser uma escola para que sejamos melhores pessoas.
Pedimos a Nossa Senhora de Lurdes que nos abençoe com o dom da saúde e do cuidado àqueles que estão doentes.